terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Era um vez, eu e minha vidinha toda ajeitadinha, vidinha não, vidão. Eu tinha tudo que queria, eu tinha todos que queria. Sorriso no rosto era sempre sincero e frequente, paz todo dia no coração, tinha um ventinho bom que tava sempre soprando pra mim, mesmo que fizesse sol, ou chuva, ou qualquer coisa, o vento bom tava sempre comigo, e eu com ele, ah.. como eu amava aquele vento! Era tudo tão bom pra mim que nem parecia real, mas era. Um dia o vento se zangou, ficou forte, virou vendaval, furacão. Me sacudiu inteira, e sacudiu minha vidinha/vidão também, levou quase todo mundo pra longe, levou o meu sorriso sincero-frequente e a paz do coração com tudo também, o vento, agora furacão, não teve piedade, levou meu juízo, levou minha identidade, levou TUDO mas, não me levou. O vento passou e me deixou assim toda estraçalhada, desorientada, perdida, desmontada. Eu tentei montar minhas peças de novo, mas não deu certo, pus tudo no lugar errado e desde então fiquei torta. Pensando torto, fazendo torto, e vivendo torto. E agora não vou mais tentar, vou esperar, esperar que o furacão passe de novo, trazendo tudo que ele levou e arrume tudo que ele desajeitou e volte a ser brisa e volte, volte a ventar dentro de mim.